AEROMODELOS

 

 

HISTÓRIA DO AEROMODELISMO NO BRASIL

PRECURSOR : Alphonse Penaud

Nascido na França, Penaud queria seguir carreira militar, mas foi atacado por reumatismo muscular, sendo obrigado a usar muletas. Gostava de matemática e de resolver problemas relacionados a vôo. Em abril de 1870 inventa o motor a elástico com tiras retorcidas.

Eis suas palavras:

"Procurando utilizar a força extraordinária da borracha, tive a idéia de usar a sua elasticidade, pro torção, que pode fornecer 130 kilogrâmetros por kilo. É menos que o calculado para a distenção simples, mas a torção permite uma aplicação mais fácil, a rotação das hélices, evitando qualquer transformação do movimento, simplificando enormemente a construção. Veio-me a idéia de aplicar este mecanismo na propulsão de um aparelho do gênero aeroplano... mas esbarrei com uma enorme dificuldade: o equilíbrio. Felizmente, ao fim de alguns estudos, imaginei um dispositivo muito simples que satisfazia ao objetivo desejado. Trata-se de um pequeno leme horizontal inclinado para cima... e para obter o equilíbrio lateral, bastou inclinar ligeiramente as asa para cima (diedro) ou simplesmente, elevar as respectivas extremidades... e para compensar o binário da hélice, torci a empenagem para um lado..."

No início de 1871, Penaud construiu o primeiro modelo a elástico de uma série que denominou Planophore. Possuia uma hélice propulsora simples montada após "os estabilizadores automáticos" (como ele chamava a empenagem).

Este modelo voava muito bem e estabelecu o desenho básico dos modelos atuais.

Penaud foi aclamado ao demonstrar o vôo do seu Planophore em agosto de 1871, em Paris, nos jardins de Tuileries para os membros da Sociedade Francesa de Navegação Aérea. Voou 60 metros de distância a 20 metros de altura em 13 segundos.

O modelo a elástico que Penaud projetou, construiu e voou em 18 de agosto de 1871, nos jardins de Tuileries em Paris, foi o primeiro aeroplano que efetuou um vôo livre estável. Os membros da Soeciedade Francesa de Navegação Aérea afirmaram na época que Penaud foi também o precursor das máquinas de voar.

O modelo de Penaud que impressionou sobremaneira os membros da Sociedade Francesa de Navegação Aérea, era uma máquina muito simples.

A fuselagem era constituída de uma vareta de madeira dura medindo 500 x 3 x 3 mm de comprimento. A asa tinha uma envergadura de 460 mm, o estabilizador era um losango medindo 150 mm de comprimento e 64 mm de largura, o leme era igual a metade do estabilizador. O material utilizado foi o bambu, a hélice era bi-pá, montada na parte traseira da fuselagem. era feita de madeira torcida, tinha 150 mm de diâmetro e era impulsionada por duas tiras de borracha de 5 x 1 mm de secção.

O modelo, pronto para voar, pesava 16 gramas, sendo que cinco gramas eram devidos ao peso da borracha. Este modelo de Penaud, o "Planophore, foi a primeira máquina mais pesada que o ar, a voar com eficiência.

Penaud também construiu em 1870, um helicóptero.

Este era constituído de duas varetas, que abrigavam entre elas, duas tiras de borracha, que impulsionavam, por tração, duas hélices, uma em cada extremo das varetas.

Em 1955, a Comissão Internacional de Aeromodelismo, em homenagem póstuma, deu o nome de Afonso Penaud a taça oferecida pela FAI a equipe vencedora do Campeonato Mundial de "Wakefields".

 

O AEROMODELISMO NO BRASIL

Sem dados históricos precisos, sabe-se que em 1936 uma loja situada a Rua Direita, a Casa Sloper vendia material de aeromodelismo.

Desde 1941, a firma Almeida & Veiga importava kits de modelos americanos. Em 19 de julho de 1942, foi realizado o I Campeonato Paulista de Aeromodelismo, no Campo de Marte.

Em 17 de abril de 1943, surge a Casa Aerobrás. O Sr. Ueno fabricou kits dos modelos Aspirante e Pernilongo, desenhados por Afonso Arantes; o Gavião, o Extraviador 1000, desenhado por H. Miaoka e o Cometa, desenhado por L. Giraldelli.

O campo usado para a prática do esporte ficava na Av. Rebouças, esquina com a rua Iguatemi, hoje Faria Lima.

O primeiro clube formado pelos aeromodelistas chamava-se "Parafuso". E em 1945, foi realizado na várzea da Rebouças, o II Campeonato Paulista de Aeromodelismo. A revista da época era a "Velocidade" e trazia artigos técnicos e matérias de aeromodelismo.

O campo da Rebouças foi-se enchendo de casas e o grupo, formado por Afonso Arantes, Angelo Rodrigues, Clécio D. Meneghetti, Afonso Mônaco, H. Miaoka, Rubens Arco e Flecha, Heder, Giraldelli, Conrado, Paulo Marques, Felício Cavalli e Naldoni mudaram-se para o Brooklin, ao lado da Hípica Paulista. Daí, foram para o Alto de Pinheiros, onde foram realizados vários concursos do troféu A Gazeta para modelos a elástico.

Em 1947, surgiu o Clube "Cai-Cai". Ernesto Conrado soltou o primeiro planador R/C monocanal. Nesta época, Afonso Arantes voou o primeiro U-Control acrobacia "Mr. Damer", no Ibirapuera e Morimoto desenhou os modelos Térmica e Pégasus. Nesta ocasião, a revista "Ciência Ilustrada" publicava matérias sobre aeromodelismo.

Por volta de 1956, os aeromodelistas passaram a voar na Base Aérea de Cumbica, pois o campo do Alto de Pinheiros foi tomado por casas. Em 1959 com a Associação Brasileira de Aeromodelismo, já fundada, surgiram eventos importantes: I Campeonato Brasileiro de Aeromodelismo e a participação de brasileiros no I Campeonato Sul-Americano, tendo como vencedor nas categorias planadores A2 e motor FAI, Paulo Marques. No Ibirapuera, Afonso Mônaco consegue a primeira pista oficial de U-Control com alambrado e asfalto.

Em 1970, surgiu o clube de vôo livre "Aerobu". Outro impulso importante ocorreu nesta época: a introdução dos transístores, chips e circuitos impressos nos transmissores de rádio. Barateou-os de tal forma que os praticantes de rádio-controle começaram a crescer em todo o mundo.

Em 1975, o primeiro brasileiro a participar de um Campeonato Mundial de motor FAI, Eolo Carlini, classificou-se em "fly-off", entre os melhores do mundo.

Em 1987, graças aos esforços de Walter Nutini, o aeromodelismo foi reconhecido como esporte no Brasil, na gestão de Vitor Garutti.

Em 1996, a delegação brasileira de aeromodelismo Vôo Circular Controlado, consegue o 6º lugar no Campeonato Mundial da Suécia e novamente em 1998, desta vez na Ucrânia.

Luiz Eduardo Mei consegue o recorde brasileiro e sul-americano em Velocidade, voando a 294 km/h.



fonte: http://eduardo.affonso.pagesperso-orange.fr/historia.htm

 

Perguntas freqüentes

Muitas perguntas são comuns à maioria dos iniciantes e até a alguns aeromodelistas mais experientes. Para evitar que sejam perguntadas continuamente, listei-as abaixo.

Procurarei manter a lista atualizada conforme novos assuntos irem surgindo.

Antes de perguntar pela centésima vez algo no fórum, por favor veja se a resposta já não está na lista e use o botão "Pesquisar" do fórum para ver se já não há um tópico a respeito.

Aviões

A que altura chega um aeromodelo?

A maioria dos modelos elétricos é feita para voar em locais com pouco espaço, como parques, estacionamentos, campos de futebol, etc., e portanto têm um tamanho compatível com estes espaços, geralmente entre 80cm e 1,2m.

Neste tamanho, normalmente o vôo é feito abaixo de 150m de altura, pois começa-se a perder a noção de direção quando um modelo pequeno está muito longe.

Modelos maiores e planadores podem passar facilmente disto, no RCgroups muita gente coloca altímetros nos modelos, e mediram vários quilômetros de altura.

Desde criança tenho paixão por Tucanos, Mirages e outros aviões usados pela FAB, posso aprender a voar em um destes?

Quando se aprende a dirigir, normalmente é em um carro pequeno, barato e lento, não em um Fórmula 1. Quando se aprende a pilotar aviões reais começam-se por monomotores treinadores simples, de 2 lugares, também pequenos, baratos e lentos, não por um jato.

Seguindo a mesma lógica, para se aprender a pilotar aeromodelos, melhor que seja um avião treinador, lento, simples e de preferência barato.

Além de mais fáceis de pilotar, modelos assim são mais fáceis de consertar ou repor em caso de acidentes. Depois que você dominar completamente seu primeiro treinador, pode partir para seu Tucano, Mirage, etc.

Não se apaixone ou invista tudo no primeiro modelo, a função dele será de aprender e provavelmente ele tomará alguns tombos no processo.

É possível aprender a pilotar um aeromodelo sozinho?

Aeromodelos treinadores elétricos são mais lentos e aguentam mais abusos do que modelos à explosão, além de sofrer menos danos no caso de pequenos acidentes.

Boa parte de nossos colegas aprendeu a pilotá-los sozinhos, mas sempre alguns cuidados são necessários:

  • Comece por um modelo treinador básico, asa alta com diedro. Um GWS SlowStick é um ótimo modelo para aprender;
  • Treine em um simulador uma meia-hora por dia durante uns 10 dias, para se acostumar com os comandos;
  • Procure observar outros pilotos algumas vezes, peça dicas, se possível peça para outro piloto de aeromodelos elétricos verificar seu modelo e se possível fazer o primeiro vôo e ajustes;
  • Se houver algum piloto um pouco mais experiente que tenha cabo trainer, tente fazer alguns vôos com duplo-comando.

É possível converter modelos à explosão para motor elétrico?

Normalmente não é boa idéia transformar um aeromodelo feito para motores glow para elétrico, os reforços necessários para um motor à explosão são desnecessários e se tornarão apenas peso inútil atrapalhando o vôo.

Você pode até fazer um elétrico do mesmo tamanho ou até maior do que a maioria dos modelos à explosão, procurando deixar leve e usando um perfil mais fino (em torno de 10%) na asa. O resultado será muito melhor.

É possível converter modelos feitos para propulsão a elástico para motor elétrico?

Sim, é possível e muitos colegas nossos já fizeram adaptações de modelos da Casa Aerobrás e da Guilows para elétrico.

Entretanto, não é uma boa opção para o primeiro modelo. Estes modelos geralmente têm de 40cm a 63cm de envergadura e precisam ficar com peso entre 70g e 90g para voar bem, além de usar equipamentos mais leves do que um treinador comum precisam de muito mais cuidado na construção.

A lista de equipamentos mais usada nestes casos é:

  • Microreceptor GWS R4P (5g);
  • 2 servos GWS PicoStd (5g) ou BlueArrow de 3g;
  • Speed control GWS ICS-50 (5g);
  • Bateria LiPo 7,4V 250mAh a 300mAh (14g a 18g);
  • Motor GWS EDP-50 com hélice 4x2,5 ou GWS LPS-RLC com hélice 7x6 (pesando 15g).

O que é CG e como ajustá-lo?

Centro de gravidade, ou CG, não é exclusividade de aeromodelos, se você colocar muito peso no porta-malas de um carro provavelmente ele irá derrapar e balançar nas curvas, se colocar muito peso na frente, vai tender a ir em linha reta e ficará difícil de manobrar.

Com aviões isto acontece também, mas como não há o chão para ajudar, o ajuste do CG é mais crítico do que nos carros.

Se você está construindo um modelo a partir da planta, provavelmente o local do CG está indicado. O mesmo vale se for um kit ou modelo pronto.

Procure ajustar a posição dos componentes mais pesados (geralmente bateria) de forma que quando apoiado pela asa na posição do CG o modelo fique na horizontal ou ligeiramente inclinado com o nariz para baixo até uns 5 graus.

Se o modelo é seu próprio projeto ou uma adaptação, comece com o CG a 1/3 da medida da corda a partir do borto de ataque da asa (por exemplo, se a asa tem 18cm de corda, comece a 6cm do bordo de ataque), e caso necessário ajuste um pouco para a frente ou para trás até obter o tipo de vôo que deseja.

O que é preciso para um aeromodelo voar?

Aeromodelismo pode começar de uma forma bem simples, e mesmo assim divertida. Um aeromodelo de vôo livre voa apenas com sua estrutura, normalmente de madeira balsa, e eventualmente um pequeno peso para ajustar o CG.

Para um aeromodelo elétrico (mesmo de vôo livre), passam a ser necessários também motor, hélice, bateria e carregador de bateria (você não vai querer usar pilhas comuns, além de sair caro elas não funcionam bem quando com nossos motores).

Para um aeromodelo elétrico rádio-controlado, precisa-se, além disto, de:

  • Transmissor de controle remoto na faixa de 72Mhz para comandá-lo;
  • Receptor de controle remoto na faixa de 72Mhz para receber os comandos;
  • Cristais de freqüência, para determinar a freqüência exata em que transmissor e receptor se falarão;
  • ESC (Electronic Speed Control) para controlar a aceleração do motor;
  • Servos para controlar os comandos de profundor, leme e/ou ailerons, etc.

Vale a pena comprar aqueles modelos prontos que tem à venda no MercadoLivre e em algumas lojas, que vêm com tudo junto pronto para voar?

Quase sempre, não. Existem algumas raras (e mais caras) excessões, mas os modelos que se encontra nesta categoria normalmente não são de boa qualidade e são péssimos para aprender a pilotar.

Aeromodelos são relativamente fáceis de fazer e de pilotar, mas não são banais, caso contrário a humanidade não teria demorado milhares de anos para produzir algo que voasse.

É preciso que haja qualidade, tanto na construção quanto no equipamento usado, por isto os equipamentos que usamos seguem padrões, operam em uma freqüência homologada (faixa de 72Mhz) e têm um nível de qualidade mínimo para não dar problema em vôo.

Os modelos chineses vendidos "com tudo que precisa para voar" não seguem padrões, são normalmente pesados e difíceis de voar e usam eletrônica aproveitada de brinquedos, sujeita a falhas e interferências.

Pior, custam pouca coisa a menos do que equipamentos de boa qualidade que além de funcionar melhor, duram mais, possuem peças de reposição disponíveis em lojas, servem para uma ampla gama de modelos, e quando se quiser trocar por um equipamento melhor têm um valor de revenda razoável para vender outrocar.

Vi na internet um aeromodelo rádiocontrolado completo do tamanho da palma da mão e queria começar sem gastar muito. É possível encontrar um avião destes por uns 100 reais (não preciso de nada muito grande para começar).

Aeromodelos são de certa forma parecido com produtos eletrônicos.

Na média um aparelho de som não custa tão caro, mas se você quiser um conjunto para home-theater de 2000Wrms com certeza sairá bem mais caro.

Se você quiser um conjunto minúsculo de alta tecnologia do tamanho de um livro mas que faz o mesmo que o home-theater de 2000Wrms, provavelmente custará ainda mais caro.

Quando se diminui muito o tamanho das coisas acaba-se usando tecnologias recém-desenvolvidas e ainda pouco usadas, o que encarece, por isto estes modelinhos minúsculos chegam a custar mais que o dobro dos irmãos maiores.

As opções normalmente mais baratas são equipamentos para aeromodelos de 1m a 1,2m de envergadura, do tipo que a maioria usa. Como vende mais, o custo diminui.

Baterias e carregadores

Adquiri um pack Footo 1350 mah, e segundo instrucoes contida na mesma, necessita de uns 3 ciclos de carga e recarga antes de usa-la definitivamente num aero. Ela possui terminais para balanceamento num unico conjunto de conector: preto, vermelho, azul e amarelo nessa ordem.

Medi com o multimetro a voltagem entre os terminais e deu o seguinte resultado: preto e vermelho = 3,7 Volts, preto e azul = 7,2 volts e preto e amarelo =11 volts.

Para recarga possuo uma Polycharge da GreatPlane, daqueles bem simples, que já vem com unico conector JST.

Sera que poderia carregar o pack inteiro (3s) ligando os terminais preto do carregador ao preto do pack e o vermelho do carregador com o amarelo do pack?

 

1) Nunca fiz ciclos em baterias LiPo, simplesmente carrego e saio usando. Claro que não vou usar no limite da capacidade da primeira vez... Uso primeiro em um modelo mais econômico e vou aumentando a carga e sentindo se ele está confortável (isto é, no máximo morna, sem esquentar muito).

2) Se está com 3,7V entre preto e vermelho, 7,2V entre preto e azul e 11V entre preto e amarelo, as células estão desbalanceadas a primeira tem 3,7V, a segunda 3,5V (7,2V-3,7V=3,5V), a terceira 3,8V (11V-7,2V=3,8V), neste caso carregue completamente entre o preto e o vermelho (primeira célula), depois entre o vermelho (negativo) e o azul (positivo) (segunda célula), depois entre o azul (negativo) e o amarelo (positivo) da terceira célula.

3) Depois de balanceada, pode usar e depois carregar entre o preto e o amarelo no PolyCharge, mas com cuidado para não errar os fios. Não acho isto muito prático, você pode colocar um conector igual ao principal da bateria no carregador, vai te evitar problemas. Nada impede do carregador ter dois conectores, desde que não deixe nada em curto.

Balanceei meu pack 3S LiPo e todas as células terminaram com 4,23V. Voei hoje cedo e medi a lipo...... 3,72V / 3,72V / 3,69V. Porque será?

O motivo é simples. No mundo físico não existem duas coisas exatamente iguais, sejam elas fabricadas pelo homem ou não.

Se você pegar duas peças de carro idênticas e medir com uma régua e uma balança de padaria, parecerão iguais, se você medir com um paquímetro e uma balança de precisão digital, talvez sejam iguais, se medir com um micrômetro e balança analítica do tipo que é operada dentro de uma redoma de vidro, serão diferentes. Se olhar no microscópio, serão muito diferentes.

Se você pegar células de bateria feitas na mesma linha de montagem, com mesmas medidas (dentro do que é possível medir), mesmo peso (dentro do que é possível medir), mesma composição, etc., haverá sempre diferenças mínimas na composição química, forma como os polímeros se formaram, pressão entre as placas, etc.

Daí, cada célula tem uma capacidade de carga ligeiramente diferente. Num pack 3S de 2100mAh, uma das células pode ter 2100mAh, outra 2130mAh, outra 2150mAH. O valor de 2100mAh já é com a tolerância de projeto aplicada para baixo.

Dependendo da posição no pack elas também podem ter mudanças diferentes de capacidade ao longo da vida, por não conseguir dissipar o calor e esquentar mais ou menos que as outras.

Assim como a carga, a curva de tensão x carga também será diferente. Assim, duas das células quando já gastaram 1000mAh (por exemplo) podem ter 3,72V, e outra 3,69 como no seu caso. Isto é normal, e se você carregá-las elas deve voltar aproximadamente ao valor obtido após o balanceamento.

Antigamente nas corridas de carrinhos RC elétricos existiam packs de baterias "matched", isto é, conjuntos casados. Não sou desta época mas pelo que pesquisei estes packs eram feitas com células cujas capacidades e curvas de descarga eram muito parecidas (impossível serem iguais), permitindo obter uma melhor descarga com menos aquecimento.

Após repetidos ciclos de carga e descarga, principalmente se forem feitas próximas aos limites nominais, as células irão aumentando esta diferença, aí pede um novo balanceamento.

Algumas baterias nunca dão este trabalho, porque por sorte ou por um maior controle de qualidade do fabricante as células já são bem parecidas. Tenho algumas E-tec que após muito abuso ainda estão todas balanceadas, sem que eu nunca tivesse preciso rebalanceá-las. Mas isto é pura sorte, e sempre verifico o balanceamento, a cada 5 ciclos em média.

Bateria LiPo explode?

Qualquer bateria, até mesmo uma pilha pequena comum, pode explodir se for usada de forma errada.

No caso das LiPo, o maior risco de explosão é se for carregada com tensão acima da correta.

Também pode haver incêndio por superaquecimento se entrar em curto, principalmente quando totalmente carregada.

Neste caso o eletrólito se transforma em Lítio metálico, que é altamente reagente e queima gerando uma temperatura muito alta, podendo causar um incêndio facilmente.

Para evitar risco de explosão, recomendamos:

  • Usar sempre um carregador de boa qualidade, de preferência inteligentes que detectem sozinhos a quantidade de células (GreatPlanes Polycharger, Hobbico Quickfield MKII, etc) ou que não carreguem se a bateria não estiver de acordo com o que foi configurado (Apache, etc.);
  • Carregar as baterias longe de materiais inflamáveis;
  • Balancear as baterias a cada 5 a 10 vôos;
  • Procurar fazer sempre carga lenta, no máximo a 0,7C;
  • Tome cuidado com a configuração do carregador para não sobrecarregar a bateria;
  • Nunca ultrapassar a corrente máxima de descarga da bateria;
  • Manter a bateria bem ventilada durante o vôo;
  • Armazene a bateria em local protegido, onde não possa, por exemplo, ser perfurada por uma ferramenta ou ter os contatos colocados em curto por arames, parafusos, etc;
  • Ao escolher o local da bateria no aeromodelo, evite áreas logo atrás do motor, logo acima do trem de pouso e outros locais onde em caso de uma queda possam espremê-la ou perfurá-la;
  • Se a bateria for presa por fora do modelo, certifique-se de que não haja risco de se soltar em vôo. Lembre-se que um aeromodelo pode fazer manobras de até 20G, portanto uma bateria de 100g pode exercer uma força de até 2Kg sobre seu suporte.

A maioria destes cuidados (exceto balanceamento) serve também para baterias NiCd, NiMh, chumbo-ácido, etc.

Como faço para balancear as células do meu pack LiPo?

Se a bateria tiver conector para carga individual, consulte no site do fabricante ou identifique com o multímetro as posições no conector das células individuais que compõem o pack.

Se não tiver, você terá que retirar o plástico termoretrátil que protege o pack e soldar fios nos terminais das células, pode aproveitar para colocar um conector para carga individual e balanceamento, mas só faça isto se tiver experiência, ou peça ajuda a alguém mais experiente.

Com o conector de carga individual, você pode usar um balanceador (há várias opções disponíveis), que é a opção mais prática. O ideal é que o balanceador trabalhe junto com o carregador e limite a carga quando a bateria atingir a tensão padrão para carga de LiPo, de 4,23V por célula. Equipamentos que descarregam as células para igualar as que estão com menor carga funcionam também, mas não tão bem quanto o primeiro processo porque a curva de carga de cada célula é diferente, e ao balancear com o pack abaixo de 100% da capacidade quando o pack estiver totalmente carregado haverá diferença na tensão de cada célula.

Se não tiver um balanceador disponível pode usar seu próprio carregador (desde que suporte carga de 1A) para fazer o balanceamento. É um método que exige mais tempo e paciência do que o balanceador, principalmente para packs 3S, 4S, etc., mas funciona. Carregadores como Apache, Triton, GreatPlanes Polycharge, Hobbico MKII, etc. são ótimos para fazer isto porque trabalham com carga de 1 célula.

Para isto, configure o carregador para carregar uma célula (3,7V) a no máximo 0,7C de corrente de carga (isto é, a capacidade da célula multiplicada por 0,7)

Exemplos de cálculo de 0,7C:

  • Bateria de 250mAh, 0,7C=175mA
  • Bateria de 700mAh, 0,7C=490mA
  • Bateria de 1000mAh, 0,7C=700mA
  • Bateria de 1200mAh, 0,7C=840mA
  • Bateria de 1500mAh, 0,7C=1050mA
  • Bateria de 1800mAh, 0,7C=1260mA
  • Bateria de 2100mAh, 0,7C=1470mA

Coloque cada célula para carregar e deixe até finalizar a carga. Se o carregador tiver duas saídas (como o Hobbico MKII) ou se tiver vários carregadores ligados na mesma fonte de alimentação, NUNCA tente colocar para carregar mais que uma célula do pack ao mesmo tempo, porque os terras do circuito estarão interligados e isto colocaria uma das células em curto, estragando bateria e carregador.

Após repetir a carga individual em todas as células do pack, a bateria estará balanceada com uma diferença mínima entre as células.

As baterias LiPo perdem cerca de 1% da carga ao ano, logo se você gastar 2 horas na carga de cada célula de um pack 3S, a primeira a ser carregada estará com uma carga 0,0004% menor que a última a ser carregada, mas na prática isto não faz muita diferença.

Estou pesquisando para comprar e vi uma bateria LiPo de 2200mAh e um carregador para LiPo de 1000mA. Posso usar este carregador?

Não é bom carregar a bateria LiPo acima de 1C (2200mA no caso de uma LiPo de 2200mAh), mas pode-se carregar com menos à vontade, só o tempo de carga que será maior.

No caso deste exemplo, um carregador que forneça uma corrente de carga de 1000mA (miliampéres) demorará mais de 2,2 horas para carregar uma bateria de 2200mAh (miliampéres x hora), mais de 4,4 horas para carregar uma bateria de 4400mAh, e assim por diante, mas não há nenhum problema em usá-lo, a bateria durará até mais com a carga lenta.

A única coisa que não poderia é carregar uma bateria de menos de 1000mAh com este carregador, a não ser que ele tenha outras correntes de carga.

O que fazer com baterias LiPo ou LiIon estragadas?

Se elas não estiverem zeradas, a primeira providência é colocá-las em água com sal durante umas 12 horas, para ter certeza de que não há nenhuma carga. Como na pergunta anterior, bateria sem carga alguma nem inflamável é, portanto é totalmente segura.

Para colaborar com a ecologia, descarte-as em um lixo para baterias recicláveis, normalmente encontrado em lojas de celulares, shoppings, etc.

Nunca coloque uma bateria carregada nestes lixos, pois pode iniciar um incêndio se a bateria entrar em curto e superaquecer.

Posso ligar meu motor em um eliminador de pilhas de camelô ou algum outro tipo de fonte para testar?

Não.

A maioria dos motores elétricos que usamos em aeromodelos consomem a partir de 5 ampéres. Eliminadores de pilhas normalmente fornecem no máximo 10% disto, portanto além de não se conseguir testar nada, pode-se estragar o eliminador de pilhas e eventualmente ainda causar um curto-circuito e até um incêndio.

Posso usar o carregador de meu celular para carregar a bateria do meu aeromodelo?

Não, a caixa que você liga na tomada e pluga no celular não é nem sequer um carregador, mas uma pequena fonte, normalmente de 5V.

Se tentar usá-la para carregar uma bateria várias coisas podem acontecer (estragar a bateria, o carregador e até causar um incêndio), mas nenhuma delas deixará sua bateria corretamente carregada.

Qual um possivel causador de desbalanceamento, pode ser meu motor?

Toda bateria LiPo ou LiIon desbalanceia em certo grau ao longo da vida, qualquer diferença mínima entre elas causa isto. Isto é mais evidente se ela for constantemente carregada acima de 0,7C ou descarregada no limite (quando aquece parte da energia é transformada em calor, isto faz perder energia na célula e desbalancear)

Quanto tempo de vôo dura uma bateria X com o motor Y.

É impossível determinar o tempo exato de vôo de um modelo elétrico apenas pela bateria e motor, se fosse assim os aviões reais teriam a performance medida apenas pelo tamanho do tanque de combustível e potência do motor.

A bateria durará em minutos no mínimo 60 x (capacidade da bateria em Ah) / (consumo do motor em A). Por exemplo, uma bateria de 1200mAh com um motor que consome 8A dura no mínimo 60(m/h) x 1,2Ah / 8A, ou seja, 9 minutos. Mas este cálculo não prevê que o consumo cai em vôo, que não se usa aceleração máxima o tempo todo, etc.

O tempo real de vôo depende de muitas características, como eficiência do motor, arrasto do avião, velocidade de cruzeiro, características da hélice, etc., portanto é muito difícil de calcular, o mais simples é montar o avião e medir.

Tipicamente a não ser que se usem baterias de alta taxa de descarga (acima de 15C), o vôo dura entre 10 e 20 minutos, podendo a se extender por mais de 80 minutos dependendo do modelo.

Compras

Na minha região não tem nenhuma loja de aeromodelismo, o que faço?

Hoje em dia há muitas lojas onde você pode comprar todo o material de que precisa para montar seus modelos sem sair de casa, pelo correio.

No banner no topo de nosso site tem link para várias lojas, e em nossa seção de "links" tem muitas outras.

Vale mais a pena comprar um rádio completo ou os componentes separados?

A maioria dos conjuntos de rádio completos que há nas lojas é dimensionado para aeromodelos com motor à explosão, por isto têm servos standard (pesam cerca de 50g cada), bateria de 4,8V para usar no receptor, mesa de servos, etc.

A maioria destes componentes não será usada em modelos elétricos ou pequenos planadores, por serem muito pesados. Neste caso é melhor comprar o transmissor separado e completar com microservos (5g a 9g), microreceptor (5g a 10g), etc.

Há em algumas lojas conjuntos de rádio GWS que já são específicos para aeromodelos elétricos, e vêm com microservos, microreceptor, microcristais, etc. Se você for usar a maioria dos componentes que vê no kit normalmente vale a pena pelo kit custar um pouco menos do que a soma dos componentes.

O mesmo vale para alguns modelos de rádio da Hitec, JR, e outras marcas que são disponíveis em versão para elétricos ou planadores, já com microservos.

Na dúvida, liste tudo que vem no kit, faça as contas de quanto custa cada ítem separado e compare se custa menos adquirir o kit ou separado.

Eletrônica embarcada

Posso usar um speed control (ICS300, ICS480, etc.) comum com motores brushless?

Não.

Enquanto os motores comuns, que servem nestes speeds são de corrente contínua e dois fio, os brushless são de corrente alternado e trifásicos, com 3 fios.

São tipos de motores totalmente diferentes, e o ESC de um tipo não serve no outro.

Posso usar um speed control normal (sem cutoff para baterias LiPo) com baterias deste tipo?

Cada célula de bateria LiPo tem, carregada, 4,23V, e descarregada 2,8V.

Quando a bateria estiver descarregada a potência máxima do motor será aproximadamente 51% da inicial.

Não há como não perceber que a bateria está no fim, a performance será como um carro com motor 1.0 com dois cilindros a menos.

Um piloto cuidadoso tratará de pousar quando o motor fica fraco demais para voar com segurança, neste ponto a bateria geralmente estará com 3V a 3,6V por célula, ainda dentro dos limites de segurança.

Quando acelero o motor até o fim o ESC corta, isto é normal?

99.9% de chance que seja bateria pouco carregada ou bateria que nao aguenta o consumo de corrente exigido pelo motor... nesse caso a voltagem cai e o ESC corta o motor.

Primeira providencia pra testar se é isso mesmo: ter certeza que a bateria está carregada.

Segunda providencia: testar com outra bateria, uma com capacidade de corrente com bastante folga para o quanto voce supõe que o motor vai consumir, e, obviamente, garantir que esta outra bateria esteja carregada!

Sempre voei modelos à explosão e agora quero montar meu primeiro elétrico. Posso usar os equipamentos que já tenho?

Pode usar a maioria dos equipamentos que já possui, mas também precisará comprar algumas coisas novas.

Alguns modelos, como o GWS SlowStick voam tranquilamente com receptor Futaba Standard e 2 servos Standard, mas a maioria dos modelos disponíveis no mercado fica meio sobrecarregado com o peso adicional.

Atualmente com os motores brushless pode-se facilmente montar modelos elétricos um pouco maiores, e com a força disponível pode-se carregar muito peso. Muitos pilotos de elétricos voam com receptores Futaba Standard devido à maior confiabilidade.

Entretanto, microservos atualmente não custam muito, portanto vale a pena investir uns 100 a 150 reais em 2 ou 3 microservos. Assim se economizam de 80g a 120g, que farão o modelo voar bem melhor.

Quanto ao receptor, para modelos muito pequenos, muito leves ou para acrobacias 3D é melhor usar microreceptores, mas para a maioria dos elétricos um receptor standard não atrapalhará, e ainda evitará alguns problemas por interferência na pista.

A lista de compras mais comum para migrar para elétrico fica sendo então:

  • Motor elétrico (de preferência brushless);
  • Speed control compatível com o motor (faz as vezes do servo do acelerador);
  • 2 ou 3 microservos;
  • Bateria de vôo (de preferência de Li-Po);
  • Carregador de baterias compatível com a a bateria de vôo;
  • Obviamente, modelo elétrico ou material para fazê-lo.
Propulsão

Para fazer um aeromodelo bimotor, preciso usar hélices com passo reverso em um motor e normal no outro?

Não. Esta é uma lenda urbana aeromodelística, assim como os chupa-cabras e os pés-grandes.

Nos bimotores reais ou glow são usados motores à combustão, que não são tão fáceis de inverter quanto os elétricos, mesmo assim eles voam.

O motivo é simples, o torque das hélices (que muitos acham que poderia fazer o modelo girar continuamente em vôo) não é necessariamente maior nos bimotores, mesmo havendo dois motores.

Em muitos casos é até menor, pois em vez de uma única hélice grande, usam-se dois motores menores, com hélices menores.

Portanto, use duas hélices iguais, comuns, e dois motores iguais, girando no mesmo sentido, que não haverá problemas.

Rádios

É verdade que não devemos deixar o transmissor ligado com a antena abaixada?

Sim, é verdade. O transmissor é feito para funcionar com a antena extendida, abaixada ela tem impedância diferente e depois de alguns minutos começa a superaquecer a parte que gera o sinal de rádio.

Para usar em simulador de vôo, se acostumar com a programação do rádio e outros usos em que não há um receptor ligado esperando o sinal, é recomendável tirar o cristal de freqüência do transmissor (guardando-o com cuidado). Isto desliga a geração de sinal de rádio, evitando problemas. Neste caso a antena pode ficar abaixada.

Posso usar baterias LiPo ou LiIon no transmissor?

Sim, pode.

A maioria dos rádios existentes no mercado (Futaba, Hitec, GWS, etc.) é feita para usar suporte com 8 pilhas AA (12V) ou um pack de 8 pilhas recarregáveis NiCd (9,6V).

Entretanto, os 1,5V de uma pilha comum são a tensão nominal, totalmente carregadas elas chegam facilmente a 1,6V, portanto 8 pilhas podem term 12,8V.

Um pack de 3 células LiIon ou LiPo totalmente carregadas chega a 12,7V, logo não excederá o limite do rádio.

Maiores vantagens:

  • Tempo de vôo maior: enquanto um pack comum de rádio tem 600mAh, pode-se colocar packs até 2200mAh (quase o quádruplo) substituindo-o, se o rádio com NiCd 600mAh dura 3 horas de vôo, com LiPo 2200mAh durará 11 horas de vôo;
  • Baixa auto-descarga: as baterias LiIon/LiPo não descarregam sozinhas tão rapidamente quanto as NiCd/NiMh, você pode voar 1 hora hoje, 2 horas na próxima semana, 1 hora no próximo mês, etc, sem se preocupar em descarregar o pack e recarregar após cada dia de vôo;
  • Não tem efeito memória: você pode recarregar a qualquer momento, sem risco de estragar a bateria;
  • Curva de descarga mais uniforme: as LiIon/LiPo são mais lineares, se o pack descarregado tem 9V e carregado 12,8V, com 10V você ainda pode voar porque a tensão não cai repentinamente;
  • Mais potência média disponível: um pack de NiCd 9,6V tem 12,8V carregado, mas apenas 6,4V no fim da carga, nesta tensão o rádio já não funciona muito bem há tempos, ou seja, nunca se usa a capacidade total do pack. Com LiIon/LiPo, o pack descarregado tem 9V, nesta tensão o rádio ainda funciona muito bem, sem riscos para o modelo.

Desvantagens:

  • Não é possível usar o carregador original;
  • Preferencialmente deve-se retirar o pack de dentro do transmissor para carregar.



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